Gestão Familiar da Franquia

Você, sua irmã e seu pai estão querendo abrir uma franquia. Uma empresa familiar em que o pai cuida das finanças, sua irmã cuida da gerência e você cuida das vendas. Muitas famílias optam por esse modelo de estrutura empresarial, mas para obter sucesso é preciso ficar atento a alguns pontos.

Muitas franquias possuem este tipo de gestão e dão certo. Não é porque a empresa é da família que não terá problemas, mas separar assuntos de família dos assuntos de negócios é essencial para manter a empresa saudável.

Obstáculos na sucessão familiar e no compartilhamento de poder, conflito entre gerações e dificuldade de alinhamento da identidade empresarial estão entre os principais entraves para o sucesso de uma governança familiar. De acordo com dados do Sebrae, esse tipo de gestão corresponde a 85% das micro e pequenas empresas brasileiras.

Outro dado interessante é que cerca de 70% dos negócios, no formato tradicional – por exemplo, fora do modelo de franquia -, envolvendo parentesco chegam à segunda geração, e menos de 10% à terceira, segundo um estudo feito pelo Grupo de Estudos de Empresas Familiares da Fundação Getúlio Vargas.

Quando a empresa familiar é bem estruturada e organizada só soma vantagens ao negócio. O Sebrae aponta os pontos fortes da administração familiar:

• Disponibilidade de recursos financeiros e administrativos para auto-financiamento obtido de poupança compulsória feita pela família;

• Importantes relações comunitárias e comerciais decorrentes de um nome respeitado;

• Organização interna leal e dedicada;

• Grupo interessado e unido em torno do fundador;

• Sensibilidade em relação ao bem-estar dos empregados e da comunidade onde atua;

• Continuidade e integridade de diretrizes administrativas e de focos de atenção da empresa.

E como pontos fracos:

• Falta de comando central capaz de gerar uma reação rápida para enfrentar os desafios do mercado;

• Falta de planejamento para médio e longo prazo;

• Falta de preparação/formação profissional para os herdeiros;

• Conflitos que surgem entre os interesses da família e os da empresa como um todo;

• Falta de compromisso em todos os setores da empresa, sobretudo com respeito a lucros e desempenho;

• Descapitalização da empresa pelos herdeiros em desfrute próprio;

• Situações em que prevalece o emprego de parentes, sem ser este orientado ou acompanhado por critérios objetivos de avaliação do desempenho profissional;

• Falta de participação efetiva dos sócios que legalmente constituem a empresa nas suas atividades do dia-a-dia.

Se você deseja abrir uma empresa junto com a sua família, converse para definir qual o melhor ponto comercial, o melhor segmento e defina as posições de cada um dentro da empresa. Empresas franqueadas possuem maiores chances de êxito, pois há uma formatação diretiva, um padrão de sucesso já vivenciado pelo franqueador onde as chances de você e sua família se darem bem com seu novo negócio são maiores.

*Laís Vieira Santos – Jornalista Franquia Supera