Em live com mais de 18 mil visualizações, especialistas abordam estudos sobre as sequelas da Covid-19 no cérebro
As manifestações neurológicas de pacientes acometidos por Covid -19 chamam a atenção de cientistas de todo o mundo e são motivo de diversos estudos científicos, a maior parte deles ainda em andamento, com um objetivo único: entender a relação do vírus com o cérebro humano.
Em uma live realizada pelo Método SUPERA para todo o Brasil nesta quarta – feira (17) por ocasião da Semana Mundial do cérebro, os especialistas Adalberto Studart Neto, médico assistente Neurologista da Clínica Neurológica do Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) e Mônica Yassuda Mestre e Doutora em Desenvolvimento Humano pela Universidade da Flórida (EUA), destacaram que, embora a maioria dos estudos ainda continuem em andamento, já se sabe que o vírus tem alguma predileção por regiões importantes do cérebro, como a área responsável pela concentração, atenção e memória. O evento contou com 18 mil visualizações e uma audiência de 3 mil pessoas simultaneamente.
“Nós já temos dados no Brasil mostrando as diversas facetas dos distúrbios neurológicos da Covid-19. Diversas regiões cerebrais funcionando de forma alterada, mesmo três meses após o Covid. A doença é muito mais complexa do que poderíamos imaginar e uma das conclusões é que não é exatamente o vírus entrando no cérebro, mas sim o que o vírus faz no organismo que repercute no cérebro, já que o Covid-19 é uma doença sistêmica, ou seja: que afeta vários sistemas importantes do organismo”, explicou o neurologista.
Os efeitos da Covid no cérebro
Em todo o Brasil, milhares de pessoas que sobreviveram à doença se queixam das chamadas “sequelas do Covid” ou “Covid longa”, com sintomas diversos, que vão desde perda de paladar e olfato até dificuldades para resgatar informações no cérebro, concentração e atenção.
Segundo a pesquisadora, os trabalhos científicos até agora convergem para mostrar que existem sequelas cognitivas trazidas pelo Covid-19.
“São sequelas que tendem a melhorar com o tempo, e com a recuperação da pessoa, mas, como vimos nos estudos trazidos durante a live, a porcentagem de pessoas que apresentam essas queixas e desempenho ruim nos testes cognitivos é bastante elevada então tem sido um fenômeno bastante comum. Os trabalhos publicados até agora sugerem mais as dificuldades com atenção, concentração, dificuldades com memória operacional, que é a capacidade de manter dados e trabalhar com funções executivas, mais do que memorização, mas é possível também que estas dificuldades com atenção e concentração também afetem a memorização. Então se você não está conseguindo prestar atenção em um artigo de jornal que você está lendo você vai ter dificuldade para memorizar, no entanto, a maior parte dos trabalhos não dá destaque a memória, mas, sim, a dificuldades na atenção e disfunção executiva”, pontou Mônica.
Em concordância com a pesquisadora, o neurologista assistente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Adalberto Studart Neto, chamou atenção para o acompanhamento psiquiátrico e cognitivo no pós Covid.
“Sintomas psiquiátricos muitas vezes tem essa ligação com questões cognitivas, isso sem dúvida. Nós trabalhamos com fármacos e drogas esses transtornos psiquiátricos, mas, sem dúvida, a reabilitação cognitiva oferece um ganho para as pessoas no pós Covid junto com a abordagem psiquiátrica em alguns casos”, pontou.
Os pesquisadores aproveitaram a oportunidade para falar ainda sobre algumas das principais linhas de pesquisa no mundo.
“Em fevereiro foi publicada uma revisão sistemática com vários trabalhos em conjunto. Este estudo com vários países, a maioria deles do Canadá observou 644 pessoas contaminadas e identificou que 77% delas apresentaram algum grau de prejuízo cognitivo. Neste levantamento o delírio foi a condição mais comum: desorientação, incapacidade de pensar com clareza e prestar atenção e flutuações do nível de consciência, com possíveis causas associadas a alteração na atenção e na memória operacional e funções executivas. Alguns pacientes talvez precisem também de reabilitação cognitiva, mas hoje existem vários recursos que são aplicados em larga escala, desde software, jogos, que podem ser uteis neste processo de recuperação”, explicou Mônica.
Mês do cérebro
A transmissão ao vivo foi conduzida pelo Diretor do SUPERA Online, Luís Moraes que abriu a entrevista com os especialistas destacando o compromisso do SUPERA com informações confiáveis em meio a pandemia de Covid -19.
“Nosso tema desta live é a Saúde do cérebro e as sequelas da Covid- 19, com informações úteis e de qualidade, para chegarmos inteiros até o final deste momento e preparados para todas essas mudanças que estão acontecendo no mundo”, disse.
Até o final do mês as mais de 350 unidades do Método SUPERA no Brasil seguem com várias ações voltadas para a orientação da sociedade sobre os efeitos da nova doença para o órgão mais importante do corpo humano.
“Estamos acompanhando muito de perto a fala dos principais especialistas do Brasil neste momento e já recebendo em nossas escolas alunos que procuram o SUPERA no pós Covid. Sabemos que a doença pode ter ainda outros desdobramentos para a sociedade, a médio e longo prazo, mas o nosso dever neste momento é nos aproximar de pessoas que são referência científica no assunto para orientar nossos alunos da melhor maneira possível”, concluiu Bárbara Perpétuo, vice-presidente do Método SUPERA.
Confira a live completa AQUI.
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